Os componentes que formam o Kinect, o sensor da Microsoft que permite controlar jogos no Xbox 360 com o próprio corpo, custam apenas 96 reais.

Essa é a conclusão de um estudo da empresa UBM TechInsights, especializada em análises do mercado de semicondutores. Foi divulgada pelo noticiário americano EE Times. Segundo a UBM, o Kinect inclui chips das marcas PrimeSense, Marvell, Texas Instruments e STMicroelectronics. O aparelho da Microsoft tem quatro microfones, uma câmera sensível a raios infravermelhos e mais dois sensores de imagem. Um deles capta cenas coloridas em resolução VGA (640 x 480 pixels). O outro recebe as imagens em modo monocromático, com resolução QVGA (320 x 240 pixels). Os 56 dólares (cerca de 96 reais) apurados pela UBM equivalem a 37% dos 150 dólares que custa o Kinect nos Estados Unidos (no Brasil, o preço é cerca de 600 reais). Esses 56 dólares não incluem os investimentos que a Microsoft fez em pesquisas, marketing e embalagem do produto, por exemplo. Ou seja, o custo total, para a Microsoft, é maior que esse valor. Mesmo assim, ele sugere que a empresa tem margem para baixar o preço ou fazer promoções se quiser.

O sistema do Kinect processa as imagens e os sons captados para determinar a posição do jogador e reconhecer seus gestos. Parte da tecnologia usada nele vem da empresa israelense PrimeSense. Ela é a responsável pelo projeto do módulo de visão 3D que foi incorporado ao aparelho. O Kinect é capaz de monitorar até seis pessoas, mas só duas poderão jogar ao mesmo tempo. Ele rastreia movimentos de até 20 articulações por pessoa. Para isso, os jogadores devem estar a uma distância entre 1,2 e 3,5 metros do sensor.

Em princípio, o Kinect deveria funcionar apenas com o console Xbox, da Microsoft. Mas o produto já foi hackeado. Como já comentei neste blog, a empresa Adafruit promoveu um concurso, premiando com 3 mil dólares quem primeiro criasse drivers de código aberto para o Kinect. O concurso provocou uma corrida de hackers de vários países para desbloquear o produto da Microsoft. No dia 10, o espanhol Héctor Martín Cantero, divulgou um driver para Linux que permite controlar os sensores do Kinect, candidatando-se ao prêmio. Outro hacker, o alemão Florian Echtler, publicou uma demonstração no YouTube em que ele manipula fotos num computador apenas agitando as mãos no ar. O Kinect se encarrega de reconhecer os gestos e enviar os comandos. Trabalhos assim abrem caminho para que o aparelho da Microsoft seja empregado em robôs e outros equipamentos.